segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Antropomorfia

 Como o próprio título indica, o blog destina-se em descrever a relação entre o mundo e o homem; sua capaciade de, ainda nos dias de hoje, atribuir qualidades da condição humana às formas inanimadas da natureza e seres irracionais.

A palavra antropomorfia de origem latina "anthropomorphisme", é uma palavra composta:  antrop e morfia. Onde, Antrop- quer dizer  homem, com o sentido de oposição aquilo que é divino e -Morfia quer dizer forma, ou ainda, formador de substância.

A antropomorfia é objeto de estudo da Filosofia. Esta compreende seu objeto como uma visão do mundo que busca entender a realidade atribuindo caracteristicas e comportamentos típicos do ser humano às formas inanimadas e seres irracionais na busca de um discurso positivo que dê conta de explicar os fenômenos naturais. A atividade ingênua da antropomorfia, adotada por séculos para explicar o mundo, permanece ainda enraizada nos dias de hoje, como que uma categoria, em distintas formas de argumentos. Se voltarmos à antiguidade, vemos que Xenófanes já identificara o germe destrutivo da antropomorfia presente no interior da linguagem religiosa de sua época, não só encravado na linguagem, mas também, nas referências "totêmicas" atribuidas aos animais. Não precisamos ir longe para contextualizar o que se encontra em causa aqui. Ora, se dirigir a vaca como um espécie divina, não significa o mesmo que travestí-la de objeto simbólico sagrado? Tentar afagar um "irmão" com palavras de que "Deus te carrega no colo", isto não parece ser uma atitude antropomórfica? Veja, não estamos neste caso atribuíndo à Deus além de mãos e braços, músculos firmes - todos atribútos do ser homem? Não quero com este discurso demonstrar qualquer tipo de prepotência etnocêntrica. Só quero despertar aos leitores a inquietude de refletir se lançar-mos à mão a  atividade antropomórfica para compreender o mundo, ou seja, se cedermos à antropoformia o locus de uma linguagem, poderemos avançar para um conhecimento significativo? Talvez, deva ser a hora de "criar-mos um abismo" entre conhecimento e antropomorfia.

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